Já Se Perguntou Quanto Custa o Dinheiro?
Não Siga Meu Conselho: reflexões concisas, digests, e highlights da economia brasileira e global essa semana.
Bem-vindo ao Não Siga Meu Conselho
Bem-vindo a mais uma edição de Não Siga Meu Conselho. I'm No Economist é seu aliado para sair do escuro da economia global. Te ensino a se tornar um investidor global.
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EM FOCO
Na news de hoje:
Dinheiro também tem preço (e ele muda o tempo todo)
Como o mundo gira à base de crédito
E aí, qual a lógica dos juros ser tão alto no Brasil?
Como usar os juros a seu favor (consumindo e investindo)
Lembretes importantes sobre o risco Brasil
Dinheiro também tem preço (e ele muda o tempo todo)
Tudo tem um preço, inclusive dinheiro.
Quando você pega dinheiro emprestado ou aplica no banco… também paga (ou recebe) um preço por isso. Esse é o “preço do dinheiro”.
Esse preço é medido por juros.
Aqui no Brasil, temos dois principais benchmarks - guarde esse termo, vamos usar bastante - para quanto custa o dinheiro: taxa Selic e CDI (certificado de depósito interbancário).
Selic
A Selic é como o “preço mínimo” do dinheiro no atacado. É quanto o governo paga para pegar dinheiro emprestado e, por isso, influencia todos os outros juros da economia.
Por isso que, quando a SELIC tá muito alta, o governo tem que gastar boa parte do orçamento pagando juros para quem compra títulos de dívida do governo (Tesouro Direto e tal).
CDI
Já o CDI é o benchmark do preço do dinheiro entre os bancos. É praticamente igual à Selic (com pequenas variações).
Então quando você investe num CDB que paga “110% do CDI”, significa que está emprestando dinheiro para um banco e recebendo um pouquinho mais do que o preço médio de mercado.
Agora, pensa comigo:
CDI é quase que igual a Selic. Portanto:
Se a Selic está 14,25% a.a. e o banco está te oferecendo 100% do CDI de juros, então seu investimento vai render 14,25% a.a.
Nessa lógica, se o banco te paga 110% do CDI, então você vai receber 15,67% a.a. no seu investimento. Pegou?
Porém, se a Selic e o CDI caem pra 8%, emprestar dinheiro fica pior, porque o dinheiro está mais barato. Você paga menos em empréstimos, mas também recebe menos nos seus investimentos.
Ou seja: dinheiro é um produto com preço flutuante. E quem não entende isso, acaba comprando caro e vendendo barato.
Crédito nada mais é do que dinheiro no decorrer do tempo. Você pega hoje, promete devolver amanhã (com juros).
A economia gira porque governos, empresas e pessoas estão comprando dinheiro o tempo todo.
Seja via financiamento de casa, cartão de crédito, capital de giro, antecipação de recebíveis... tudo é gente comprando dinheiro.
Um exemplo prático:
Você quer trocar de carro. Ele custa R$80.000. Se você não tem esse valor, pode parcelar em 60x e pagar R$120.000 no total.
Você não está comprando só o carro. Está comprando dinheiro para ter o carro agora.
Do outro lado, tem alguém vendendo esse dinheiro – normalmente um banco. E cobrando um bom ágio por isso.
A mesma lógica vale para governos: quando emitem títulos públicos, estão vendendo dívida (dinheiro hoje) e prometendo pagar mais no futuro.
Tudo isso funciona enquanto há confiança. Se a confiança quebra (como nas crises de crédito), o sistema trava.
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No Brasil, o dinheiro quase sempre é caro. E isso tem a ver com um fator-chave do crédito: confiança.
O juro que você paga é, na prática, um prêmio que o credor exige para compensar o risco de não receber. Como temos um sistema de recuperação de crédito ineficiente (levar um calote é caro e demorado de resolver), quem empresta dinheiro se protege cobrando mais.
Soma-se a isso a instabilidade política e fiscal, a inflação volátil e a moeda fraca, e o resultado é uma taxa de juros alta para compensar tudo isso.
Quando o investidor ou banco olha pro Brasil, ele enxerga um país onde pode ganhar muito - mas também pode perder tudo.
E, por isso, o preço do dinheiro aqui é alto. Crédito, no fim das contas, é uma aposta de confiança no futuro. E o Brasil ainda não inspira confiança o suficiente para oferecer dinheiro barato.
Em janeiro de 2025, mais de 76,1% das famílias brasileiras estavam endividadas, segundo a CNC — e cerca de 30% estavam inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso.
Além disso, a recuperação de crédito no Brasil é lenta e ineficiente. Para consumidores (pessoas físicas), dados de 2024 indicam que 56,4% das dívidas negativadas foram pagas ou renegociadas em até 60 dias após a negativação.
Em média, um processo judicial para reaver valores pode levar mais de 3 anos, o que faz com que bancos e instituições financeiras cobrem juros altíssimos como forma de se proteger da inadimplência estrutural.
A maioria das pessoas vive em guerra com os juros — tentando escapar deles no cartão, no financiamento, na dívida. Mas o que quase ninguém te ensina é que os juros podem ser seus aliados, se você souber usá-los a favor.
👉 No consumo: compre dinheiro barato, evite o caro
Toda vez que você financia uma compra, está comprando dinheiro. E o preço desse dinheiro está nos juros embutidos.
Exemplo prático:
Você quer um notebook de R$5.000.
Parcelado em 12x, ele sai por R$6.800.
Isso significa que você está pagando R$1.800 só para usar dinheiro antecipado.
Se você puder esperar, estará vendendo tempo em troca de juros a seu favor, não contra.
O segredo no consumo é simples:
Evite comprar dinheiro caro.
Se for inevitável, saiba exatamente o quanto isso custa.
👉 No investimento: venda dinheiro caro, compre quando ele estiver barato
Investir é o oposto de se endividar: você está emprestando dinheiro hoje para receber mais no futuro.
Quando os juros estão altos (como agora), muitos correm para a renda fixa achando que encontraram a “zona de conforto”. Mas aqui é onde entra a parte que quase ninguém fala:
Renda fixa no Brasil paga muito justamente porque o risco é alto.
A taxa Selic é alta por um motivo:
Risco de calote do governo (a dívida pública cresce mais rápido que o PIB);
Risco fiscal (déficits constantes, má gestão de gastos);
Falta de investimento em produtividade e infraestrutura, o que torna o crescimento de longo prazo limitado.
Além disso, tem o fator que mais pega o investidor desatento: a moeda brasileira desvaloriza ao longo do tempo.
Se você investe só em reais e a moeda perde valor frente ao dólar, seu retorno real — aquele que importa pra manter seu poder de compra global — pode ser muito menor (ou até negativo).
Exemplo real:
Entre 2015 e 2024, a Selic variou entre 2% e 14%. Mas o dólar subiu de R$2,60 para R$5,00 no mesmo período.
Quem ficou só na renda fixa em real pode ter tido um retorno aparente alto, mas perdeu poder de compra quando comparado a ativos globais.
Use os juros a seu favor, mas pense como um investidor global. O Brasil pode te pagar 13% ao ano — mas se o dólar subir 30% no mesmo período, você empobreceu uns ~17% em termos globais.
Juros são só parte da equação. O valor da moeda, a confiança no país e o ciclo econômico mundial também entram no jogo.
Não deixa o Brasil te pegar.
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Parabéns Leo, muito didático 👏🏻👏🏻👏🏻🔝