Trump, Desglobalização, Meu Bolso
Não Siga Meu Conselho: reflexões concisas, digests, e highlights da economia brasileira e global essa semana.
Bem-vindo ao Não Siga Meu Conselho
Sou Leo Torres, fundador do I'm No Economist, e se você também sente que nasceu no modo hard, então talvez esse conteúdo seja pra você.
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EM FOCO
Na news de hoje:
Engraçado como tudo são ciclos
Desglobalização: o nome da fera
Isso já aconteceu antes. Várias vezes
Estagflação: o fantasma dos anos 70 voltou a andar entre nós
Efeitos aqui no Brasil: como se preparar
Engraçado como tudo são ciclos
Donald Trump voltou à presidência dos Estados Unidos e não perdeu tempo: na primeira semana de abril, anunciou tarifas de 125% sobre produtos chineses, com efeito imediato.
O motivo? “Falta de respeito da China nos mercados globais”, segundo o homem laranja.
A reação foi rápida: Pequim respondeu com uma sobretaxa de 84% sobre produtos americanos. Em poucos dias, o mundo voltou a viver uma guerra comercial - só que agora num nível inédito.
Investidores profissionais e amadores (o que as pessoas chamam de “mercado") reagiram imediatamente e começarama vender seus ativos. Bolsas despencaram, investidores correram pra ativos defensivos, e o comércio global entrou em modo de alerta.
A tensão só diminuiu parcialmente quando Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para mais de 180 países, reduzindo a carga para 10%. As bolsas recuperaram o fôlego e subiram de volta, mas ninguém se engana: o clima é de incerteza total.
A Organização Mundial do Comércio já estima que essas medidas devem reduzir o comércio global em até 1% em 2025 (parece pouco, mas são $320 bilhões, de dólares. Ou umas 5 Petrobrás).
Especialistas falam em novo ciclo de inflação de custos, desaceleração econômica e realinhamento das cadeias produtivas.
Trump batizou o pacote de tarifas de “Dia da Libertação” dos EUA. Mas pro resto do mundo, isso pode marcar o início oficial da nova era da desglobalização.
E a história mostra que isso nunca acontece sem dor.
Nos anos 70, choques externos e protecionismo acenderam o pavio de uma década perdida. Hoje, os sinais se repetem - e, pra variar, o investidor que não entende os ciclos corre o risco de pagar a conta com o próprio patrimônio.
O millenial brasileiro não tem um dia de paz bicho.
Desglobalização: o nome da fera
Desglobalização não é o fim do comércio internacional. É o fim da globalização como conhecemos. O mundo agora se reorganiza em blocos, redes de confiança, e um novo equilíbrio entre custo e segurança.
Exemplos recentes que marcar essa desglobalização:
🇺🇸 Estados Unidos: Em 2024, os EUA impuseram tarifas de até 100% sobre veículos elétricos chineses, 50% sobre semicondutores e 25% sobre baterias de íon de lítio. O governo dos EUA argumenta que a China subsidia excessivamente setores como veículos elétricos, semicondutores e baterias, inundando o mercado global com produtos baratos e prejudicando a indústria americana.
🇪🇺 Europa: Subsídios bilionários para energia e indústria local. A União Europeia implementou subsídios para a produção local de energia renovável. A guerra na Ucrânia expôs a vulnerabilidade da Europa em relação ao gás russo, levando à necessidade de diversificar fontes de energia.
🇯🇵 Japão: Incentivos para relocalização de empresas: O governo japonês ofereceu incentivos para que empresas transferissem suas operações da China para o Japão. Eventos como a pandemia e tensões geopolíticas destacaram os riscos de depender excessivamente da China para manufatura.
Isso já aconteceu antes. Várias vezes
A história é um eterno pêndulo, porque os instrumentos monetários e econômicos que usamos são sempre os mesmos: taxas de juros, política fiscal solta ou apertada, entre outras.
E sempre que o mundo parece ter encontrado um “modelo ideal”, algo acontece e o pêndulo volta. Alguns exemplos pela história recente (sim, 100 anos atrás ainda é recente):
🌍 Anos 1910–1930:
O mundo vivia o auge do livre comércio e da integração financeira - até a Primeira Guerra Mundial (1914–1918) interromper tudo.
A crise de 1929 e o protecionismo dos EUA com o Smoot-Hawley Tariff Act (1930) aprofundaram a recessão global.
Resultado: comércio global caiu dois terços entre 1929 e 1934.
🛢️ Anos 1970:
Crises do petróleo de 1973 e 1979 mudaram tudo. Os países passaram a se preocupar com autossuficiência energética (parece similar a hoje em dia?).
A inflação disparou, os EUA subiram juros pra mais de 15% com Paul Volcker, e o mundo entrou numa década de incerteza.
📦 Anos 1990–2000s:
O movimento oposto: a China entra na OMC em 2001, e o mundo adota a lógica do “just in time” (nada deve ser produzido, transportado, vendido ou adquirido antes da hora). Assim, apenas se recebe as mercadorias quando elas são necessárias.
Investidores surfam a onda da globalização, e empresas como Apple, Nike e Amazon constroem impérios com base em produção terceirizada, na China Taiwan, Vietnam e outros países da Ásia.
Agora o ciclo vira de novo para a desglobalização, como se estivéssemos em 1930.
F*ck :)
Estagflação: o fantasma dos anos 70 voltou a andar entre nós
Eu gosto de estabelecer padrões históricos. Pra entender o que pode estar por vir, vale olhar pro que já passou.
Nos anos 70, o mundo viveu um fenômeno que até então parecia impossível: inflação alta + crescimento baixo. O termo estagflação nasceu ali - numa década marcada por choques externos, políticas confusas e uma crise de confiança generalizada.
Tudo começou com o primeiro choque do petróleo, em 1973, quando a OPEP cortou a produção em resposta ao apoio ocidental a Israel.
O barril saltou de US$ 3 para quase US$ 12. Parece pouco mas é um custo de 4x mais no consumo de energia no mundo todo - e em poucos meses, não anos ou décadas.
A inflação nos EUA bateu 11% em 1974, enquanto o PIB desacelerava. O desemprego subia, e os juros básicos ultrapassavam 13% ao fim da década. Imagina, hoje os juros nos EUA é 4,5%.
Em 1979, veio o segundo choque: a Revolução Iraniana travou ainda mais o fornecimento de petróleo. A inflação passou dos 14% nos EUA em 1980.
Foi a década perdida para muitos países. No Brasil, a inflação também explodiu, o endividamento externo cresceu, e os anos 80 começaram com estagnação, maxidesvalorização cambial e políticas econômicas feitas por baratas tontas (pra variar).
A confiança nas moedas despencou, e os investidores correram pra ativos reais como ouro, imóveis e ações defensivas.
Naquela época, o investidor que sobreviveu foi aquele que se protegia com ativos reais (deflacionários), diversificação e, principalmente, disciplina.
Eu mencionei que estamos vivendo um momento parecido?
E hoje, estamos vendo o mesmo filme?
Corta pra 2024.
O mundo ainda está se recuperando dos efeitos da pandemia, da guerra na Ucrânia e de uma nova onda de protecionismo.
A inflação cedeu nos EUA, mas continua acima da meta.
A Europa enfrenta estagnação e inflação teimosa em alimentos e energia.
A China, que costumava puxar o crescimento global, cresce devagar e acumula sinais de bolha no setor imobiliário.
Nos EUA, o juro segue elevado, o maior patamar em 22 anos. E o Fed já avisou: não tem pressa pra cortar.
No Brasil, o cenário é misto (investidor brasileiro é indeciso, e a segurança fiscal é uma bosta). A inflação está relativamente controlada (acumulado de 4% em 12 meses), mas o Banco Central corta juros com cuidado.
O fiscal preocupa, o dólar pressiona, e o investidor local continua preso num cenário de baixo crescimento e ruídos constantes.
O nome disso não é crash. Não é colapso. É desgaste lento. É a economia andando de lado, enquanto o custo de vida segue alto e o capital produtivo hesita.
Em outras palavras: é estagflação disfarçada.
E pra quem investe no Brasil - que depende de commodities, dólar e humor externo - entender esse cenário é questão de sobrevivência.
Porque quando tudo encarece, o crédito trava e o crescimento some, o que você menos pode fazer é investir no automático.
Efeitos aqui no Brasil: como se preparar
No curto prazo, o impacto mais visível da nova guerra comercial é a volatilidade. O dólar sobe e desce ao sabor das tensões globais.
O investidor médio, aquele que tem ações, renda fixa e fundos cambiais na carteira, vai ser puxado pra esse sobe-e-desce - goste ou não.
No médio prazo, o Brasil pode até se beneficiar. A desglobalização cria espaço pra países como o nosso entrarem em cadeias produtivas regionais, especialmente em setores como energia, alimentos e mineração.
Mas isso depende de um país funcional, com infraestrutura, segurança jurídica e visão estratégica - o que, sejamos honestos, ainda está longe.
Daqui pra frente, digamos 5-10 anos, o mais provável é que a gente veja um mundo mais fragmentado, com menos eficiência global, mais inflação estrutural e juros estruturalmente mais altos do que no passado recente. Não é o fim do mundo, mas é o fim de um mundo.
Como se preparar? Estratégia barbell.
Se você investe no Brasil, o caminho mais inteligente continua sendo o da antifragilidade.
Ou seja: montar uma carteira com dois lados bem definidos.
Lado da proteção (conservador, robusto):
Caixa, renda fixa pós-fixada, dólar, ouro.
Ativos que te protegem em cenários de estresse, onde liquidez e calma valem mais que rentabilidade.
Lado da oportunidade (risco controlado):
Ações de empresas resilientes, exposição internacional, inovação real (não modinha).
Aqui você aposta no ciclo, mas sem depender dele pra sobreviver.
Nada no meio. O que está no meio - o investimento “ok”, o risco mediano, o fundo da moda - é o que mais sofre quando o mundo vira do avesso.
O investidor brasileiro já viveu muita coisa.
Inflação alta, câmbio explosivo, juros de dois dígitos, choques externos, planos econômicos esquisitos. A vantagem de ter vivido tudo isso é saber o que realmente importa: não é prever o próximo movimento, mas ter uma estratégia que funcione quando tudo muda.
Porque tudo são ciclos. E quem sobrevive ao ciclo ruim, é quem vai colher no próximo.
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