Renda Fixa: Parece Legal, Mas O Que Está Por Trás?
Não Siga Meu Conselho: reflexões concisas, digests, e highlights da economia brasileira e global essa semana.
Bem-vindo ao Não Siga Meu Conselho
Sou Leo Torres, fundador do I'm No Economist, e se você também sente que nasceu no modo hard, então talvez esse conteúdo seja pra você.
Escrevi o Manual do Investidor Azarado exatamente por isso. E só com um post no LinkedIn já fiz as primeiras vendas — gente me chamando no inbox, pedindo Pix e dizendo “manda o PDF”.



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EM FOCO
Na news de hoje:
O jogo de poder (invisível) da renda fixa
Renda fixa é crédito. E o mercado é maior que a bolsa
Porque isso é importante em 2025
Nem a renda fixa escapa do risco
2 Indicadores Antecedentes pra não jogar no escuro
O jogo de poder (invisível) da renda fixa
Todo dia, milhares de brasileiros abrem o app da corretora e do banco digital pra ver quanto rendeu o Tesouro IPCA+ que compraram. Mas quase ninguém entende o que realmente está acontecendo ali.
Mas se você depende de renda fixa pra ter alguma paz financeira, precisa saber:
Você não comprou um produto. Você entrou num jogo - com regras mais velhas que andar pra frente, que ninguém te explicou.
O preço do seu investimento, do seu financiamento e da sua aposentadoria não é definido por você. Nem pela corretora. É moldado por essas forças invisíveis (ao olho não-treinado) entre governos, bancos centrais e dealers. Não entender como isso funciona, pode transformar sua renda fixa, numa “perda fixa”.
Renda fixa é crédito. E o mercado é maior que a bolsa
A maior parte da riqueza do mundo não está em ações da Apple. Está em dívidas.
O mundo inteiro funciona no fiado. Governos pegam dinheiro emprestado. Empresas pegam. Você pega. E todo mundo paga juro.
Se a economia fosse uma casa, a renda fixa seria o encanamento. Ninguém vê a água limpa e suja passando, mas é absolutamente essencial. Sem esse encanamento, o fluxo da água da casa trava. E você acaba vivendo em poças de água (normalmente, suja).
Bancos não guardam dinheiro - eles o criam, e jogam em você o risco de não receber de volta
Quando um banco aprova um financiamento de R$ 100 mil, ele não tira o dinheiro de um cofre. Ele cria esse dinheiro como crédito. Isso entra no sistema e começa a circular.
Mas esse dinheiro tem um custo. E quem define esse custo?
A Selic é o piso, definida pelo Banco Central - falei um pouco sobre isso em outro artigo
Em cima dela, vem o spread do banco: precificação do quanto de risco ele vê em você, no Brasil e no mundo.
Soma-se a isso a expectativa do mercado: inflação, eleições, calotes, guerra.
Agora pense no Itaú, BTG, XP: além de emprestar, eles também ajudam o governo a se financiar, distribuindo títulos públicos no mercado e fazendo o “meio de campo” entre Brasília e o seu app. São os dealers - e o nome não é à toa. Eles controlam o fluxo. No final, são eles que “permitem” que o governo possa vender os próprios títulos. E eles cobram por isso, e também ajudam a precificar.
E o governo, por outro lado, não "cria dinheiro” do zero. Ele pede emprestado:
Na prática, ele emite títulos. Pede emprestado com a promessa de pagar no futuro com juros. Quem compra? O "mercado". E se o mercado acha que o governo está gastando demais ou mentindo nas metas, ele só topa emprestar cobrando mais caro.
E aí que você entra, o último da festa
Você acha que está investindo. Mas está comprando o que sobrou. Vamos ser claros: o mercado de crédito é um sistema de castas. A ordem de acesso define o quanto você pode ganhar - e quanto risco já foi repassado pra você.
🏦 Tesouro Direto
Você empresta pro governo. Mas antes de o papel chegar até você, ele já foi:
Emitido num leilão primário.
Comprado pelos dealers (BTG, Itaú, Santander).
Repassado a fundos institucionais.
Negociado no mercado secundário.
E quando chega no seu app, o preço já embute as expectativas de todos esses atores.
💰 CDBs, LCIs, LCAs
Você empresta pro banco. Mas:
O banco já captou mais barato com investidores institucionais, tipo fundos de investimento.
Já emprestou pra empresas com taxa maior.
Te oferece o CDB como “renda fixa com proteção”.
O spread já foi capturado. Você entra por último, com menos retorno e mais risco se algo der errado.
🧠 Fundos de crédito e previdência
Você delega a um gestor. Mas os bons papéis, as boas taxas e os bons negócios acontecem fora do seu alcance. As debêntures boas são colocadas entre os grandes. Os papéis podres... sobem na prateleira de previdência privada.
É o que sobra pra quem quer jogar o jogo como pode.
Porque isso é importante em 2025:
O jogo dos países: quem imprime, quem recalcula, quem reza
Renda fixa pública tem sido uma granfe incógnita de como vamos confiar em países.
Ela também seta o tom de como empresas vão emitir títulos para captar mais dinheiro no mercado.
Entender como os países estão se comportando diante das suas dívidas é essencial para saber o que acontece no mercado financeiro global.
🇺🇸 Estados Unidos: o império que imprime confiança (ainda)
Dívida pública acima de 120% do PIB. Traduzindo: um país que ganha R$10 mil por mês e já deve R$12 mil. E mesmo assim, o mundo continua emprestando - porque confia na hegemonia militar, tecnológica e na dominância do dólar.
Mas até essa paciência tem limite. Em 2025, o custo da dívida subiu, os juros longos estão em alta e o Fed (banco central) tenta cortar sem reacender a inflação.
É um jogo de equilíbrio perigoso: ou mantêm a confiança ou perdem a popularidade e o trono.
🇨🇳 China: o imperador que controla o tabuleiro, mas perde o apetite
A China não deve tanto pra fora. Mas deve muito pra si mesma - e esse crédito interno está podre. E ninguém sabe o quanto. A China esconde pelo menos 30% dos seus dados oficiais.
A bolha imobiliária virou crise sistêmica. Bancos regionais estão em alerta. O governo injeta liquidez, mas ninguém quer gastar.
É como um império onde o povo não confia nem no próprio ouro.
Em 2025, o yuan (moeda local) enfraquece, a deflação assombra, e a China tenta redefinir crescimento com consumo - mas o medo paralisou o tabuleiro.
🇧🇷 Brasil: o devedor carismático que sempre promete ajustar o mês que vem
O Brasil vive de prêmio de risco. O investidor estrangeiro só topa aplicar aqui se for com juro real de 6% ou mais.
Prometemos ajuste fiscal, mas gastamos mais. Tentamos manter o BC independente, mas atacamos no inxxta. A dívida cresce, o PIB não responde.
Resultado: juros altos demais, crédito travado, crescimento fraco.
É como se fôssemos o amigo que está sempre no Serasa, mas vive dizendo que esse ano vai mudar. Só que agora o gerente quer ver antes de aprovar o limite.
Nem a renda fixa escapa do risco
Tem gente que ainda acha que renda fixa é sinônimo de segurança. Mas a verdade é que nada é fixo num sistema onde o preço do dinheiro é decidido antes de você entrar na sala.
Antes do título chegar no seu app, ele já passou pelas mãos de quem:
Tem acesso ao Tesouro antes do leilão abrir.
Sabe das falas do Banco Central antes do mercado precificar.
Lê entrelinhas de documentos técnicos que nunca viram manchete.
Você, no máximo, vê o que sobrou - já marcado a mercado, já ajustado pro risco que os grandes players não quiseram correr.
Renda fixa não é proteção pura. É a confiança de proteção pura.
A verdade é essa. Se você não quer ser o último a saber, precisa acompanhar quem realmente puxa os fios da economia - e não quem só te oferece o produto pronto.
Ficar de fora desse jogo não é uma escolha. Mas entender as regras é o mínimo pra não jogar contra si mesmo.
Indicadores Antecedentes pra não jogar no escuro
Eles surgiram pra ajudar quem opera bilhões a tomar decisões com mais precisão e menos achismo.
Instituições como o Banco Central, os grandes bancos e os fundos institucionais precisam prever o futuro - mesmo que ninguém consiga de fato. Então, começaram a usar sinais indiretos:
O que o mercado está antecipando?
Onde o risco está sendo precificado?
Quanto os players estão dispostos a pagar pra proteger seu capital?
Esses sinais viraram indicadores antecedentes — ou seja, termômetros de expectativa, não de realidade passada.
E como tudo no mercado, quem vê primeiro, lucra primeiro.
Esse aqui são alguns que gosto de checar para entender o que está dizendo p mercado de crédito (um dos maiores do mundo, e que acaba guiando o resto da economia):
1. Curva de Juros Futuros (DI Futuro, Treasuries)
Como surgiu:
Os contratos futuros de juros (DI no Brasil, Treasuries nos EUA) são instrumentos usados pra travar o custo do dinheiro no futuro. São negociados na bolsa como qualquer outro ativo.
Por que importa:
A curva mostra onde o mercado acredita que os juros estarão em 6, 12, 24 meses.
É como uma “linha do tempo da expectativa de dor”.
Como olhar:
Vá no TradingView e busque
DI1!
,US10Y
,US02Y
Veja o formato da curva:
Curva normal: juros sobem com o tempo → cenário “ok”
Curva invertida: juros curtos > longos → mercado acha que vem recessão
Curva empinada: mercado tá com medo (inflação ou descontrole fiscal)
Como agir:
Curva caindo? Invista em prefixado ou Tesouro IPCA+ longo.
Curva subindo? Fique no pós-fixado ou em caixa. Evite duration longa.
2. Expectativas de Inflação (Focus, Breakeven)
Como surgiu:
O Banco Central coleta semanalmente as previsões de inflação dos maiores players do mercado. Isso virou o Boletim Focus.
Nos EUA, o mercado usa breakeven inflation: a diferença entre a Treasury normal e a indexada à inflação (TIPS). O número mostra quanto o mercado espera de inflação implícita.
Por que importa:
Inflação define o poder de compra. Se ela sobe, o BC tende a subir juros. Se ela cai, abre espaço pra cortar. A renda fixa balança conforme isso.
Como olhar:
Brasil: Boletim Focus
EUA: FRED Breakeven Inflation
Como agir:
Inflação estável ou caindo? Prefixados são bons.
Inflação subindo? Invista em IPCA+ (ou fuja pra ativos que se beneficiam disso, como dólar, ouro).
3. Ata do Copom / Forward Guidance
Como surgiu:
O mercado vivia tomando susto com decisões dos BCs. Pra evitar isso, surgiu o conceito de forward guidance: dizer o que se pretende fazer, sem prometer nada.
É a arte de controlar a expectativa do mercado com palavras - e é poderosa.
Por que importa:
O mercado se antecipa ao que acha que o BC vai fazer.
Se o BC comunica bem, ele muda os preços só com a fala, sem mexer no juro.
Como olhar:
Atas do Copom
Fala dos diretores do BC na mídia ou LinkedIn
Reações imediatas no mercado de DI e câmbio pós-Copom
Como agir:
Leia além da manchete. Palavras como:
“resiliência”, “pressões inflacionárias”, “vigilância” → BC deve manter ou subir juros.
“convergência”, “moderação”, “desaceleração” → BC prepara o terreno pra queda de juros.
⚙️ Quer usar isso a seu favor?
Você não precisa virar analista. Mas precisa ter seu radar ligado. Uma boa forma de acompanhar:
Use o app ou site da sua corretora com gráfico da curva de juros.
Cadastre um alerta no Google pra “ata copom site:bcb.gov.br”.
Salve o link do Focus e olhe todo início de semana.
Veja a reação do mercado após cada reunião do FOMC ou Copom - mais do que a decisão, importa a leitura dos próximos passos.
Dica de ouro: jogue a ata no Chat GPT. Ele vai saber o que fazer
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